Mais azul
"It's not the same without you up here
Can't find my wheels
Your absence is what breeds this fear
Warm breath and all it steals"
Todos diziam que o céu ali era mais azul...
Ele tentava perceber. Olhava em volta...Nada
Tentava não confundir infelicidade com saudade, tentava agarrar-se a algo que não um olhar, um gesto, a voz...
Afinal de que lhe valia tudo aquilo? De que lhe valia mesmo a eternidade? Trocá-la-ia por um só segundo, por um toque, pelas lágrimas que um dia limpou e que afinal não eram assim tão amargas. Na verdade já se perguntava a que sabiam as lágrimas, já se perguntava se reconheceria o seu sabor...
Como era possível não reconhecer a felicidade se já a tinha sentido? Seria mesmo possível perder-se?
Lembrou-se de quando ia a guiar, e atropelou um gato. Quando saiu do carro, o animal moribundo parecia ter uma expressão. Não conseguia identificá-la. Ficou ali a olhá-lo, de cima, quando ela saiu do carro. Com os olhos em lágrimas, ela debruçou-se sobre o gato, acariciando-lhe a cabeça, como quem passa os últimos instantes com um parente às portas da morte. O gato apesar de fraco, pareceu-lhe eternamente agradecido pela compaixão, pela dádiva de não morrer sem um último toque...
Ela desviou o olhar do pobre animal e olhou para ele, estendendo-lhe a mão. Ele debruçou-se, tal qual ela havia feito momentos antes.
"Ele perdoou-te..." - Disse ela.
Só agora ele percebia aquilo que ela se referia na altura. Ele também a perdoara.
O tiro, esse já há muito que não existia. O coração... Esse continuava a não bater. Ele continuava a não tremer.
Seria possível ser infeliz no Paraíso ?
Ele não podia nunca responder a essa pergunta. Sabia que precisava dela mais do que tudo.
Mas todos diziam que o céu ali era mais azul...
"Death ain't the same without you, dear
I make the others run and hide"
(Pearl Jam - Other Side)
Can't find my wheels
Your absence is what breeds this fear
Warm breath and all it steals"
Todos diziam que o céu ali era mais azul...
Ele tentava perceber. Olhava em volta...Nada
Tentava não confundir infelicidade com saudade, tentava agarrar-se a algo que não um olhar, um gesto, a voz...
Afinal de que lhe valia tudo aquilo? De que lhe valia mesmo a eternidade? Trocá-la-ia por um só segundo, por um toque, pelas lágrimas que um dia limpou e que afinal não eram assim tão amargas. Na verdade já se perguntava a que sabiam as lágrimas, já se perguntava se reconheceria o seu sabor...
Como era possível não reconhecer a felicidade se já a tinha sentido? Seria mesmo possível perder-se?
Lembrou-se de quando ia a guiar, e atropelou um gato. Quando saiu do carro, o animal moribundo parecia ter uma expressão. Não conseguia identificá-la. Ficou ali a olhá-lo, de cima, quando ela saiu do carro. Com os olhos em lágrimas, ela debruçou-se sobre o gato, acariciando-lhe a cabeça, como quem passa os últimos instantes com um parente às portas da morte. O gato apesar de fraco, pareceu-lhe eternamente agradecido pela compaixão, pela dádiva de não morrer sem um último toque...
Ela desviou o olhar do pobre animal e olhou para ele, estendendo-lhe a mão. Ele debruçou-se, tal qual ela havia feito momentos antes.
"Ele perdoou-te..." - Disse ela.
Só agora ele percebia aquilo que ela se referia na altura. Ele também a perdoara.
O tiro, esse já há muito que não existia. O coração... Esse continuava a não bater. Ele continuava a não tremer.
Seria possível ser infeliz no Paraíso ?
Ele não podia nunca responder a essa pergunta. Sabia que precisava dela mais do que tudo.
Mas todos diziam que o céu ali era mais azul...
"Death ain't the same without you, dear
I make the others run and hide"
(Pearl Jam - Other Side)