Nova etapa
"E sentiu o sabor da primeira lágrima que lhe corria pelo rosto desde há muito tempo..."
No momento em que recusou render-se às evidências, no momento em que desisitiu da sua vida, no momento em que perdeu a essência do seu mundo e pensou que estava acabado, ali estava ele, sob uma chuva torrencial que não mais importava. Uma chuva que se confundia com as lágrimas que já não lhe pertenciam.
Só o vento ecoava no jardim daquela larga praça, indiscutivelmente bem decorada por luzes de Natal, que só tornavam aquele sítio mais deprimente, ainda que francamente mais belo que nunca.
Ao turbilhão de sentimentos que já sentia juntou-se agora um novo, a Nostalgia. Tinha vontade de voltar a acreditar, vontade de voltar a ser criança e esquecer as adversidades com a ingenuidade de quem vê a vida de uma forma bem mais simples. Mas estava ali, à chuva, a meio da noite, naquele jardim, naquela praça.
Fechou os olhos e toda a vida lhe passou à frente, procurou uma razão para a vida o ter posto ali, completamente ensopado, mas não encontrou. Percebeu que não fazia diferença. Era passado.
Voltou a fechar os olhos, agora a vida corria vezes e vezes sem fim à sua frente, como que irritada por ele a ter posto naquela situação. Pensou que a culpa não tinha sido da vida, mas dele - mais uma vez não interessava.
Procurou então algo na sua vida a que se pudesse agarrar para o fazer sentir-se melhor, e aí, como um relâmpago, a resposta surgiu-lhe. Tinha estado sempre ao seu lado !
Ali, abraçada a ele, num banco de jardim, levava com a mesma chuva que ele, compartilhava das suas lágrimas e da sua tristeza. Apesar de ele não lhe ter pedido, ela estava ali com ele, chorava com ele, por ele.
Sentiu-se abençoado. Agarrou na mão dela e levantou-se do banco, ia secar as lágrimas quando se apercebeu do ridículo da situação. Não eram as lágrimas dele que devia secar, mas sim as dela. Passou a manga da camisola nos olhos dela. Ela parecia confusa, mas sorriu, tinha percebido a mensagem.
Levantaram-se e seguiram os dois, de mão dada, à chuva. O céu começava a adquirir tons de vermelho e laranja e as luzes de Natal tinham-se apagado. Afinal aquele abraço durou mais tempo do que pareceu e o que tinha acontecido no outro dia e que tanto o magoou não tinha a mínima importância. Ele sabia que outras noites chuvosas viriam, mas aquele momento não.
Afinal o sol quando nasce é mesmo para todos, para ele não havia maior prova do que aquela noite chuvosa, naquele jardim, naquela praça...
(A uma nova etapa)
No momento em que recusou render-se às evidências, no momento em que desisitiu da sua vida, no momento em que perdeu a essência do seu mundo e pensou que estava acabado, ali estava ele, sob uma chuva torrencial que não mais importava. Uma chuva que se confundia com as lágrimas que já não lhe pertenciam.
Só o vento ecoava no jardim daquela larga praça, indiscutivelmente bem decorada por luzes de Natal, que só tornavam aquele sítio mais deprimente, ainda que francamente mais belo que nunca.
Ao turbilhão de sentimentos que já sentia juntou-se agora um novo, a Nostalgia. Tinha vontade de voltar a acreditar, vontade de voltar a ser criança e esquecer as adversidades com a ingenuidade de quem vê a vida de uma forma bem mais simples. Mas estava ali, à chuva, a meio da noite, naquele jardim, naquela praça.
Fechou os olhos e toda a vida lhe passou à frente, procurou uma razão para a vida o ter posto ali, completamente ensopado, mas não encontrou. Percebeu que não fazia diferença. Era passado.
Voltou a fechar os olhos, agora a vida corria vezes e vezes sem fim à sua frente, como que irritada por ele a ter posto naquela situação. Pensou que a culpa não tinha sido da vida, mas dele - mais uma vez não interessava.
Procurou então algo na sua vida a que se pudesse agarrar para o fazer sentir-se melhor, e aí, como um relâmpago, a resposta surgiu-lhe. Tinha estado sempre ao seu lado !
Ali, abraçada a ele, num banco de jardim, levava com a mesma chuva que ele, compartilhava das suas lágrimas e da sua tristeza. Apesar de ele não lhe ter pedido, ela estava ali com ele, chorava com ele, por ele.
Sentiu-se abençoado. Agarrou na mão dela e levantou-se do banco, ia secar as lágrimas quando se apercebeu do ridículo da situação. Não eram as lágrimas dele que devia secar, mas sim as dela. Passou a manga da camisola nos olhos dela. Ela parecia confusa, mas sorriu, tinha percebido a mensagem.
Levantaram-se e seguiram os dois, de mão dada, à chuva. O céu começava a adquirir tons de vermelho e laranja e as luzes de Natal tinham-se apagado. Afinal aquele abraço durou mais tempo do que pareceu e o que tinha acontecido no outro dia e que tanto o magoou não tinha a mínima importância. Ele sabia que outras noites chuvosas viriam, mas aquele momento não.
Afinal o sol quando nasce é mesmo para todos, para ele não havia maior prova do que aquela noite chuvosa, naquele jardim, naquela praça...
(A uma nova etapa)